Storytelling com Dados: Como Transformar Números em Narrativas Poderosas

Postado em 28 de Fevereiro de 2025 por Narcipe Viana
RedaçãoSEO
Storytelling com Dados: Como Transformar Números em Narrativas Poderosas

Os dados estão por toda parte. Empresas coletam métricas, profissionais analisam relatórios e gráficos são gerados o tempo todo. Ainda mais na era atual a qual tudo é digitalizado e armazenado com mais facilidade e eficiência. Mas transformar dados em insights impactantes é um verdadeiro desafio para os profissionais de marketing. É aí que entra o storytelling com dados, uma abordagem que combina análise de dados e narrativa para comunicar informações de forma clara, envolvente e que deixa seu conteúdo rico e conciso.


O que é Storytelling e Data Storytelling?

Storytelling é um termo de origem inglesa. "Story" significa história e "telling", contar. Basicamente o a estratégia se resume a arte de contar histórias usando técnicas inspiradas em roteiristas e escritores para transmitir uma mensagem de forma inesquecível, mais que uma mera narrativa.

Data storytelling é a arte de contar histórias usando dados. Não se trata apenas de apresentar números ou gráficos, mas de construir uma narrativa lógica que leve o público a uma conclusão convincente e de fácil entendimento.

Pense em um gráfico de vendas: Se ele apenas mostrar uma queda nas receitas, pode ser só mais um número negativo no relatório que poderá trazer uma mensagem negativa e fora de contexto. Mas, se você contextualizar essa queda com informações como mudanças no mercado ou estratégias da concorrência, transforma-se em uma apresentação que explica o que aconteceu de forma clara, sugere ações para reverter o cenário e eleva o nível de profissionalismo e eficácia da sua apresentação.

Benefícios do Storytelling com Dados

O uso do storytelling dentro das apresentações resulta em várias vantagens, pois transforma informações brutas em narrativas cativantes e impactantes. Veja como essa técnica pode beneficiar você:

  1. Maior Engajamento: As histórias cativam a atenção do público, tornando os dados mais memoráveis e interessantes. Em vez de apenas números e gráficos, você entrega uma experiência narrativa que mantém as pessoas envolvidas. Já parou para pensar que sempre que existe uma narrativa com começo, meio e fim você tem a atenção retida com maior facilidade? Esse é o foco do storytelling.
  2. Melhor Tomada de Decisão: Ao estruturar bem as informações, é possível identificar padrões e gerar novos insights estratégicos de forma mais clara e objetiva. Histórias bem elaboradas e contadas ajudam a destacar o que realmente importa. O uso das informações estruturadas de forma coerente influencia diretamente na percepção e tomada de decisão final.
  3. Facilidade na Comunicação: Em vez de sobrecarregar o público com uma avalanche de informações, o storytelling organiza e apresenta dados complexos em algo compreensível e objetivo. Isso torna a comunicação mais eficiente e eficaz possibilitando, como já mencionado, uma maior assertividade na tomada de decisão.
  4. Conexão Emocional: Quando bem construídas, as narrativas ativam emoções e incentivam ações. O storytelling permite que você crie uma conexão emocional com o público, tornando a mensagem mais poderosa e persuasiva.

Existem pesquisas científicas que comprovam que o ser humano concentra mais sua atenção diante de histórias e narrativas. Estudos do Zeppelini Publishers mostram que o storytelling ativa partes do cérebro que estão associadas a emoções e memórias, criando a partir dai conexões mais fortes e duradouras. Destaca, ainda, que as pessoas tendem a lembrar mais de informações apresentadas em formato de história do que em modelo puramente expositivo. Isso ocorre porque as histórias envolvem elementos emocionais e narrativos que facilitam a compreensão e a retenção de informações.

Psicologia e Ciência Cognitiva por trás do Storytelling com Dados

Nosso cérebro é naturalmente programado para processar histórias devido à evolução da nossa espécie e ao papel importante que as narrativas desempenham no desenvolvimento humano. Desde os tempos mais antigos, histórias têm sido usadas para transmitir conhecimento, valores culturais e experiências de geração em geração. Você deve lembrar se de alguma história contada por seus pais ou avós que dificilmente será esquecida?! As narrativas são mais do que simples entretenimento; elas envolvem nosso cérebro de uma maneira que dados isolados dificilmente conseguiriam em uma apresentação.

Psicologia e Ciência Cognitiva por trás do Storytelling com Dados

Diferente de tabelas e gráficos, que ativam partes do cérebro relacionadas ao raciocínio lógico, narrativas ativam áreas responsáveis por emoções e memórias. Isso significa que um relatório cheio de números pode ser rapidamente esquecido, mas uma história bem construída permanece na mente do público.

Além disso, o efeito “cognitive ease” (facilidade cognitiva) mostra que as pessoas tendem a confiar mais em informações apresentadas de forma clara e estruturada.

Cognitive ease refere-se ao nível de facilidade com que nosso cérebro processa informações. Quando algo é fácil de entender e comprender, nosso cérebro tende a processá-lo de maneira rápida e eficiente, resultando em uma percepção positiva dessa informação. Esse fenômeno foi amplamente estudado pelo psicólogo Daniel Kahneman, que descreveu a facilidade cognitiva em seu livro "Rápido e Devagar, Duas Formas de Pensar".

Essa estratégia/conceito é relevante na comunicação e no marketing, pois mensagens claras e bem estruturadas são mais eficazes para captar a atenção e a confiança do público.

Isso reforça a importância de contar histórias de maneira lógica e envolvente.

Elementos Fundamentais do Storytelling com Dados

Embora não exista uma fórmula fixa para contar boas histórias, quatro elementos estão sempre presentes no storytelling com dados. São eles que transformam simples números em narrativas impactantes, capazes de gerar insights e influenciar decisões.


1. Mensagem – O Pilar Fundamental

Uma mensagem forte pode gerar um impacto positivo no público-alvo mesmo que a forma de contá-la não seja tão envolvente. Todavia, o contrário dificilmente funciona: uma mensagem fraca não será salva apenas por uma boa apresentação. Focar em uma mensagem que seja compreensível durante o contexto da apresentação é fundamental para o resultado final do seu projeto.

A ideia transmitida é o que realmente marca e interessa. Histórias bem construídas entretêm momentaneamente e permanecem na mente da audiência, influenciando a maneira como ela interpreta o mundo e toma decisões.

No contexto do storytelling com dados, a mensagem precisa ser clara, objetiva e coerente. Não se trata apenas de apresentar números, mas sim de comunicar um insight poderoso que leve à ação. O objetico é sempre convercer uma pessoa sobre determinado assunto, então entenda que a mensagem deve ser o principal veículo de comunicação que será usado para alcançar o objetivo.

2. Ambiente – O Cenário dos Dados

O ambiente é o cenário onde os eventos se desenrolam e deve ser bem definido para que o público compreenda a relevância da análise. Faz parte de toda história descrever o ambiente, como as coisas são ou eram para que o leitor tenha uma visão mais aberta sobre o contexto do que ocorrerá dentro daquele cenário hipotético.

No caso dos dados, esse ambiente pode ser:

  1. O mercado e suas tendências (exemplo: crescimento de uma indústria específica);
  2. O comportamento do público-alvo (exemplo: mudanças nas preferências dos consumidores);
  3. O desempenho de uma empresa ou campanha (exemplo: aumento de conversões em um determinado período).


A audiência consegue visualizar melhor os desafios apresentados pelos dados, se conectar emocionalmente com a história e compreender de forma clara o que você deseja mostrar durante sua apresentação.

3. Personagem – Quem Está no Centro da Jornada?

O personagem é quem percorre toda a jornada da história, enfrenta desafios e no final da narrativa alcança um objetivo desejado ou proposto.. No storytelling com dados, esse papel pode ser representado por diferentes elementos, como:

  1. O consumidor: entender seu comportamento e necessidades é essencial para criar estratégias eficazes. O que o nosso consumidor tem enfrentado diante dos dados apresentados? O que pode ser feito e o que tem sido feito durante o tempo pretérito?
  2. A empresa: como uma organização se adapta a desafios e oportunidades pode ser o centro da narrativa.
  3. O próprio dado: um número ou métrica pode ser tratado como o protagonista, evoluindo ao longo da análise e revelando padrões importantes.

Seja qual for o personagem escolhido, ele deve ser desenvolvido de maneira que a audiência consiga se identificar e se envolver emocionalmente com a história. Lembre-se, mexer com as emoções do seu público é um gatilho de persuasão muito eficaz que pode ser usado para alcançar aquilo que você pretende.

4. Conflito – O Motor da História

O conflito é o que mantém a audiência interessada e engajada. Ele representa os desafios e obstáculos que precisam ser resolvidos ou estudados. No dia a dia empresaria, geralmente os desafios envolvem quebra de performance ou desafios relacionados a metas. Os conflitos podem surgir de diversas formas dentro de um storytelling, como:

  1. Uma queda inesperada nas vendas ou no tráfego do site;
  2. A descoberta de um comportamento inesperado do público;
  3. A necessidade de otimizar uma campanha de marketing digital diante de mudanças no algoritmo.

Um conflito bem construído guia a história para a resolução, onde os dados são usados para propor soluções concretas.

Diante dos elementos apresentados, é possível criar apresentações que não apenas informam, mas inspiram mudanças reais. Ao criar a história com uma mensagem clara, um ambiente bem definido, um personagem envolvente e um conflito desafiador, é possível criar apresentações que não somente levam informação estruturada como também inspiram mudanças reais e levam a tomada de decisões de forma mais segura.

Construção de uma Narrativa Eficaz

Psicologia e Ciência Cognitiva por trás do Storytelling com Dados

Para criar uma boa narrativa com dados, siga essas etapas:

  1. Defina a Mensagem Principal: Estabeleça claramente o objetivo da sua apresentação e qual insight ou ação deseja comunicar, garantindo que todos os elementos da história estejam coerentes com essa mensagem central. Crie uma narrativa única e coerente para prender a atenção do público.

  2. Selecione Dados Relevantes e de fonte confiável: Nem todos os dados disponíveis são pertinentes para embasar o que sua mensagem principal deseja transmitir. Utilize dados precisos, atualizados e confiáveis para manter a credibilidade e evitar sobrecarregar o público com informações desnecessárias. Quanto mais confiável a fonte dos dados, mais confiável será sua apresentação

  3. Estruture um Fluxo Lógico: Organize a narrativa de maneira coesa, seguindo uma estrutura: introdução, desenvolvimento e conclusão. Apresente inicialmente o contexto e o problema, desenvolva os pontos principais com suporte dos dados selecionados e conclua reforçando a mensagem central e indicando possíveis ações que podem ser o objetivo a ser proposto ou reflexões.

  4. Utilize Analogias e Exemplos: Para facilitar a compreensão de conceitos complexos, recorra a analogias familiares e exemplos práticos. Lembra daquela historinha que seu avó contava para no final te mostrar uma outra coisa, então, isso pode ser usado e é muito eficaz em uma apresentação. Essa forma de apresentação deixa a narrativa geral leve, torna a informação mais acessível e permite que o público estabeleça conexões com seu próprio conhecimento e experiências.

  5. Apoie-se em Visualizações: Empregue gráficos, infográficos e outras formas de apresentação visual para ilustrar os dados de forma clara e impactante. Mas, ainda, é importante certificar-se de que sejam simples, evitando decorações excessivas que possam distrair o leitor e, também é importante, destacar as informações mais relevantes para reforçar a mensagem. Lembre-se, use sempre uma cor que pode ser visualizada facilmente, durante a apresentação, e atente-se também para o tamanho da fonte, geralmente, um tamanho maior fica mais confortável.

  6. Finalize com uma Chamada para Ação Clara e um Plano de Ação: Conclua a narrativa indicando explicitamente o que espera que o público faça com as informações apresentadas. Uma mudança de comportamento, uma reflexão aprofundada ou uma tomada de decisão específica, tudo isso precisa estar claro no final. Uma chamada para ação bem definida aumenta o engajamento e a efetividade da comunicação, e um plano de ação estruturado e bem coerente pode ser o pontapé inicial para o início de uma parceria.


A importância da abordagem centrada no público

A audience-first approach (abordagem centrada no público) é importante para garantir que os insights gerados sejam realmente úteis e compreensíveis. Levar a informação correta, da forma correta para o público correto é um desafio que precisa ser completado durante a criação da sua apresentação. Antes de construir a narrativa, pergunte-se:

A importância da abordagem centrada no público
  1. Quem vai consumir essa informação? Ajuste o nível de complexidade e o tom da voz conforme o perfil do seu público. Um time técnico pode exigir mais profundidade analítica, enquanto um público executivo pode preferir uma visão mais estratégica. Lembre-se de sempre escrever para o público que você quer alcançar.
  2. Qual o nível de conhecimento da audiência sobre o tema? Se o assunto for complexo, simplifique as explicações ou forneça referências. Se a audiência for experiente, vá direto ao ponto e explore nuances mais avançadas. Seu público não vai ficar esperando você conceituar todo assunto para ir até parte que os interessa. Se o conteúdo tiver um indice, estruture o de forma estratégica para facilitar e otimizar o tempo do público-alvo.
  3. O que ele precisa saber para tomar uma decisão? Priorize os dados mais relevantes e apresente-os de maneira clara e objetiva. Evite excesso de informações que possam confundir em vez de esclarecer. Novamente, use e abuse dos indices para informar ao superior o contexto do conteúdo e o estado atual da equipe.


Técnicas de Visualização de Dados

Uma boa narrativa precisa de uma apresentação visual bem estruturada, pois uma técnica de visualização de dados potencializa o impacto de uma narrativa facilitando o engajamento, melhorando a compreensão e intensificando a experiência emocional do público. Como a percepção humana foca e processa imagens mais rapidamente que texto, um design caprichado atrai a atenção instantaneamente e torna a informação mais acessível e memorável. Em um mundo onde a informação é consumida de forma rápida e singular, unir uma boa narrativa a um visual estratégico é essencial para se destacar e gerar conexão com o público.

Algumas técnicas ajudam a destacar padrões e tendências de maneira intuitiva:

  1. Gráficos de linha: Ótimos para mostrar tendências ao longo do tempo.

  2. graficos de linha
  3. Mapas de calor: Facilitam a identificação de áreas de maior ou menor intensidade.

  4. mapas de calor
  5. Gráficos de dispersão: Mostram correlações entre variáveis. Entenda o que são mapas de dispersão

  6. mapas de dispersão
  7. Infográficos: Misturam texto e visualização para contar histórias de maneira envolvente.

  8. infograficos

    fonte:https://www.impacta.com.br/blog/formacao-marketing-digital-como-aprender-infografico/

  9. Dashboards interativos: Permitem explorar os dados em diferentes níveis de profundidade.

  10. Dashboard-interativos

Evite o excesso de informação para não ocorrer problemas. Gráficos poluídos ou complexos podem prejudicar mais do que ajudar.


Ferramentas e Tecnologias para Storytelling com Dados

Para construir narrativas utilizando dados, é importante trabalhar com ferramentas que facilitem a criação de visualizações claras, envolventes e objetivas. Essas ferramentas permitem transformar dados complexos em gráficos e infográficos compreensíveis, facilitando a apresentação de insights de maneira mais prática e persuasiva. Algumas das mais populares são:

  1. Tableau: Permite criar visualizações interativas e dashboards dinâmicos.
  2. Google Loker Studio: Ótimo para relatórios personalizados e gratuitos.
  3. Power BI: Ideal para análise e apresentação de dados em empresas.
  4. Flourish: Plataforma focada na criação de visualizações atrativas.
  5. Canva: Para criar infográficos e apresentações visuais chamativas.
  6. Google Sheets: Para criar apresentações de tabelas e gráficos personalizados

A escolha da ferramenta depende do objetivo e do nível de complexidade dos dados. Ao selecionar a ferramenta adequada, considere a facilidade de uso, a flexibilidade na manipulação dos dados e a capacidade de exportar os resultados em formatos compatíveis com suas necessidades de divulgação.

Desenvolvendo sua Habilidade de Storytelling com Dados

Para aprimorar sua habilidade, é bom compreender profundamente o contexto e o público-alvo, garantindo que a mensagem a ser transmitida seja impactante e envolvente. A prática constante na análise e interpretação de dados fortalece a capacidade de extrair insights significativos e traduzi-los em narrativas impactantes. Se quiser aprimorar a habilidade de criar Storytelling com Dados, siga algumas práticas:


  1. Estude boas narrativas: Analise relatórios bem construídos e entenda o que os torna eficazes.
  2. Pratique com seus próprios dados: Pegue um relatório e tente contar uma história com ele.
  3. Aprimore sua habilidade de visualização: Experimente diferentes tipos de gráficos para ver qual comunica melhor.
  4. Receba feedback: Peça para outras pessoas avaliarem sua apresentação e veja o que pode ser melhorado.
  5. Acompanhe tendências: O mundo dos dados está sempre evoluindo, então mantenha-se atualizado.


No cenário atual o qual o acesso à informação é abundante e as decisões precisam ser tomadas rapidamente, o storytelling com dados emerge como uma técnica de apresentação de informações importantíssima. Portanto, dominar a arte de contar histórias com dados não é apenas um diferencial competitivo, mas uma necessidade para profissionais que buscam efetivamente transmitir suas análises e promover ações informadas.

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